terça-feira, 11 de março de 2008

D.

- Sempre lembro de ti.
- Lembra nada...
- Sério.
- ...
- Gosto de te ouvir, não sei.
- Não é isso.
- O que é, então?
- Todas as vezes que percebo que te amo, questiono. Acho que não mereço essa ausência de ti. A sensação que vem depois é quase como se tivesse pena do nada que sou. A dor legítima que sinto, então, é tão real quanto essas canções populares. De repente, tu és para mim um inabalável amor que não acontece.
- Explica
- Desses que não passam, amores que não acontecem.
- Eu não...
- De repente, quanto de vejo, ele se espalha de novo. Fogo em palha, água em pedra.
- ...
- Mas jamais vou te dizer isso de novo.

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