sexta-feira, 24 de abril de 2009

Tudo o que vai

Viu pela primeira vez a luz das laternas do carro dela acenderem como despedida. Não abanou, nem ela. Pensou no que tinha, no que queria, no que precisava. E nela que ia.

Viu a vida atravessada na garganta, uma dor que era ausência.

- Se é ausência, não é nada - disse.

E nada seria, então, até que de novo se encontrasse tentando crescer. "Queria tanto que tivesse dado certo", pensou, mas ele mesmo só dava certo quando puxado pelo braço.

Agora, estava sozinho e cuidando de si.

Fazendo por si.

Até que o carro dela engatou marcha ré.

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